segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A DESARBORIZAÇÃO DO JARDIM PERY

Árvores perdem lugar para o concreto.

Ao longo dos tempos, também no Jardim, bairro arborizado em décadas passadas, o verde das árvores perdeu espaço pro cinza do concreto.

Por Robinson Dias

Foi andando pelo bairro a procura de árvores para fotografar a fim de postar numa coluna sobre meio ambiente regional neste portal, que fui perceber a ausência de vegetação do Jardim Pery.
Na imagem recente o montante a arborização é uma montagem. apenas 10% das árvores são verdadeiras

Existem ruas inteiras sem uma árvore plantada, fato que empobrece muito a qualidade urbanística/ paisagística aqui presenciada, assim, mais atentamente, notamos que em muitas calçadas são visíveis as marcas em remendos no piso como lembrança de árvores que já tenham sido arrancadas, algumas ainda com a base do tronco serrado a centímetros do chão tentando rebrotar.

A desarborização é um problema que assola as cidades do Brasil e do mundo, sendo pior nos grandes centros urbanos, onde maior a concentração populacional menor a ocorrência de áreas verdes. Aqui no

Jardim Pery, apesar de situado próximo á Serra da Cantareira, ocorrem os mesmos erros, as árvores estão dando espaço ao concreto das calçadas e obras, principalmente em escolas, nas vias

comerciais e residenciais, na avenida Pery Ronchetti, central do bairro, nota-se que em toda a sua extensão existem apenas 04 únicas árvores plantadas, são‘’ Sibipirunas’’que disputam espaço com o concreto, tendo sido a mais velha de todas plantada ainda na década de 70 por um antigo morador do bairro o Sr. Tobias, funcionário do instituto florestal, ha mais de 30 anos a pedido do sr. Antonio Dias em frente a sua residência nº 763 da mesma avenida...
Segundo moradores, ainda na década de 80, um programa de arborização da cidade de São Paulo lançado pela prefeitura, desenvolveu o plantio de árvores nativas em todas as ruas do bairro, espécies como, Patas de Vaca, Jacarandás, Ipês e Aroeiras foram escolhidas dentre as mais ameaçadas de extinção na época. Contou uma moradora, que o bairro se transformou com o plantio feito há 30 anos, ’’ A diferença foi notável, em dois anos depois do plantio já víamos o resultado, as ruas ficaram muito mais bonitas e alegres com a vinda de muitos pássaros, mas com o tempo cada um foi arrancando a que tinha em frente da sua casa, ou porque rachavam as calçadas, ou por causa da sujeira, e outras pelo vandalismo, um absurdo, hoje vejo ruas totalmente cimentadas. Informou a Sra. Lourdes da Silva Castro, moradora do bairro há 57 anos. A rua onde ela reside, a ‘‘Embaixador O. Ribeiro’’ a exemplo, ainda é uma das mais arborizadas do bairro, porém com árvores que foram plantadas pelos próprios moradores, outros moradores disseram que tiveram que arrancar as árvores por serem, ou inadequadas ou de plantios irregulares que a prefeitura tinha adotado.

De acordo com biólogos do Instituto Florestal( IF), a maioria das árvores são arrancadas por vários motivos sub-eloquentes, as Sibipirunas, por causar grande acúmulo de folhas no chão, além de rachaduras das calçadas, elas acabam incomodando os moradores que preferem a retirada. Outras espécies, erradamente utilizadas no plantio, e impróprias para nos centros urbanos, de crescimento e alto porte acima da fiação, com tronco e galhos muito grossos e quebradiços que as vezes provocam acidentes.

A biologia e o bom senso recomenda que é preciso escolher a árvore certa para o local de acordo...e ao plantá-la deixe sempre um triângulo com espaço de pelo menos um metro de distância da calçada para evitar que as raízes destruam as construções e tenham que ser retiradas, respeite a profundidade das raízes . As ações devem começar no plantio. Se ele estivar correto, não causará transtornos, tanto para o morador quanto para a natureza.

Robinson Dias

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