segunda-feira, 26 de março de 2012

O Fim do Mundo, Enfim

29 Mar- 1 Abr




Uma nova edição do maior festival punk que o Brasil já teve traz um panorama do estilo
Daniel Arantes/ Divulgação

Inocentes tocam no dia 29/3
São Paulo, 1982. Nascido na zona norte, o movimento punk de São Paulo estava em plena ebulição, detonando músicas viscerais, reunindo garotos de moicano na Galeria do Rock, colocando fanzines em circulação e improvisando festivais em garagens – e até padarias. O festival O Começo do Fim do Mundo foi o primeiro grande encontro da tribo.

Com curadoria do escritor Antônio Bivar, os shows também inauguravam o palco do recém-aberto Sesc Pompeia. Eles mostraram a um público mais amplo a revigorante produção musical punk e atraíram também uma série de brigas – comuns, na época, por causa da rixa com os grupos do ABC.
A polícia baixou no local e manchetes de jornais se dedicaram ao assunto. Adiante a fita para 2012 e os três acordes continuam soando, mas sem virar caso de polícia: em homenagem aos 30 anos do festival, o Sesc Pompeia faz uma nova edição batizada de O Fim do Mundo, Enfim, com curadoria de Clemente, líder da banda os Inocentes, entre os dias 29 de março a 1 de abril.

“Foi um dos maiores festivais de punk do mundo, um divisor de águas”, diz Clemente, empolgado. “Ele saiu na capa da Maximum rocknroll (fanzine considerado a bíblia do punk).” Para esta edição, ele selecionou as bandas de modo a representar um panorama do punk atual, incluindo muitos que tocaram na primeira edição.

Sobem ao palco do Pompeia os veteranos (e pioneiros) Olho Seco (1/4), Condutores de Cadáver (1/4) e Restos de Nada (1/4). Grupos fundamentais da cena paulistana como o Cólera (1/4), Ratos de Porão (31/3), Garotos Podres (30/3) e o próprio Inocentes (29/3) também amplificam o seu som nas caixas da choperia, mas há espaço também para os argentinos do Attaque 77 (30/3) e os paulistas do Flicts (30/3). E qual seria o lugar e valor do punk atualmente? “É difícil manter a forma pura. Ela foi se adaptando, mudando”, diz Clemente. “Mas os festivais do mundo inteiro se inspiraram nos modelos punks, no faça você mesmo. O punk paulista foi o pontapé inicial para o rock brasileiro dos anos 1980 e até o mangue beat se dizia inspirado pelo nosso movimento.” Confira a programação completa, que também promete debates, no site do Sesc.

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