domingo, 11 de abril de 2010

AGZN Destaca


Ana Carla Pereira


O Clube Paulistano de Tiro funciona há 71 anos em um terreno pertencente ao Parque Estadual Alberto Löefgren, o Horto Florestal. Suas instalações foram montadas no local em 1939, por influência da primeira medalha olímpica conquistada pelo Brasil (pelo tenente do Exército, Guilherme Paraense, na prova individual de tiro rápido 25 metros, em 1920, na Bélgica) a partir de uma cessão de Adhemar de Barros, então interventor federal.

Desde a década de 90, o Instituto Florestal tenta reaver a área de 178.528 metros quadrados, com entrada no número 3.321 da Av. Santa Inês. Após um longo processo judicial, em 2008, foi anunciada a decisão definitiva, sem possibilidade de recursos: a reintegração de posse poderia ser feita a qualquer momento pelo estado desde que a entidade fosse indenizada pelas benfeitorias efetivadas no local.

O Clube Paulistano de Tiro foi criado em 1939, a partir de um despacho de Adhemar de Barros, então interventor federal. O documento estabelecia a concessão para a construção de estandes de tiro em um terreno pertencente ao Parque Estadual Alberto Löefgren, o Horto Florestal.

Mas, desde meados da década de 90, o Instituto Florestal tenta reaver a área de 178.528 metros quadrados, com entrada no número 3.321 da Av. Santa Inês.

Desde então, a questão corre na Justiça. A polêmica voltou a mexer com a opinião pública em 17/3, quando o secretário Estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano, anunciou durante evento realizado no Instituto Florestal, a liberação de recursos para o processo de resolução dessa antiga demanda.

Nesta semana, a diretora do Parque Estadual Alberto Löefgren, confirmou essa informação à reportagem de AGZN. “Há recursos de licenciamento ambiental para a retomada da área no valor de R$ 6,5 milhões”, disse Ana Lúcia Aromba. “Parte desse valor já está reservada para todas as despesas do processo, como o pagamento das benfeitorias feitas pelo clube, as adequações dos imóveis para uma nova função e até mesmo o conserto das calçadas na Av. Santa Inês”.

Ana Lúcia explicou as motivações da decisão de reintegração de posse. “A atividade de tiro não é compatível com uma área de preservação ambiental”, afirmou. “O chumbo utilizado nos projéteis contamina o solo.” A diretora do Parque Estadual Alberto Löefgren afirmou ainda que a intenção do Instituto Florestal é adaptar a área em questão para a instalação de um núcleo de oficinas de educação ambiental para jovens.

A reportagem de AGZN também entrou em contato com o Clube Paulistano de Tiro em busca de um posicionamento diante da situação. Segundo Igor Denyszczuk, presidente da instituição, a decisão judicial já foi tomada. Ele explicou que em 1995, o então governador Mário Covas revogou a cessão do terreno ao clube e que, no ano seguinte, o Instituto Florestal entrou na Justiça com um pedido de reintegração de posse. De acordo com Denyszczuk, após vitória do clube em três instâncias, em 2008, foi anunciada a decisão judicial definitiva, sem possibilidade de recursos.

“A Justiça estabeleceu o que determina o termo de cessão: que a reintegração de posse poderia ser feita a qualquer momento pelo estado desde que a entidade fosse indenizada pelas benfeitorias efetivadas no local”, afirmou. “Queremos manter o clube. O ideal seria ficarmos aqui, porque já temos uma estrutura pronta para o nosso trabalho. Mas, se precisamos sair, temos que ser indenizados. Caso contrário, vamos deixar de existir.”

Na edição de 24/3, foi noticiado no Diário Oficial do Estado que o Clube Paulistano de Tiro seria indenizado em R$ 3 milhões. “Espero que desta vez não fique apenas em palavras”, avaliou Denyszczuk. Ele explicou à reportagem de AGZN que o clube foi criado em 1939 para treinamento do tiro esportivo após o Brasil ter conquistado sua primeira medalha olímpica de ouro, justamente nesta modalidade. Ele conta que até hoje, 71 anos depois, funciona sem fins lucrativos, como determina seu estatuto. Atualmente, conta com cerca de 200 sócios e 17 funcionários.

“O clube se sustenta apenas a partir da contribuição de seus associados”, diz o presidente do clube. “Além de ser o único clube de São Paulo para o treinamento de tiro olímpico, também cede sua área para o treinamento de oficiais da polícia (civil e militar) e do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR)”.

O Clube Paulistano de Tiro é o único na cidade de São Paulo que oferece treinamento olímpico na categoria. “Somos federados e confederados, sediamos competições oficiais. Se deixarmos de existir, teremos uma grande perda para a cidade e para o esporte. Vamos ter uma olimpíada no Brasil, mas não temos incentivo algum para a modalidade.”

Igor Denyszczuk, presidente do Clube Paulistano de Tiro conclui: “acho que muita gente tem uma imagem errada do clube. Alguns ainda o associam à prática do tiro ao pombo. Ainda sofremos com esse estigma deixado pela história. Hoje, isso não acontece mais, mas ficou só preconceito. Na verdade, trabalhamos apenas pelo esporte.”

Um comentário:

  1. esse presidente disse-o bem, para oficiais somente. 200 sócios usufruem da area do Estado, que deveria ser de todos, inclusive todos os sócios eram arrogantes. Mentira que era um espaço de treinamento de policiais, somente oficiais,de major para cima, entravam alí. "trabalhavamos somente para o esporte" tá brincando,esses caras andavam de metralhadora nos carros, não atiravam mais em pombos, mas na verdade tinham é vontade de atirar no povo do jd. peri . Sou pm, e tive uma triste experiencia com esses ricaços arrogantes ! essa gente não presta !

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